terça-feira, 27 de maio de 2014

Notas de um velho safado.

Aqui, um do mais puro Bukowski, eis o meu favorito.


O pássaro azul
Há um pássaro azul em meu peito
que quer sair
mas sou duro demais com ele,eu digo, fique aí, não deixarei que ninguém o veja.
Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que ele está lá dentro.
Há um pássaro azul em meu peito
que quer sair
mas sou duro demais com ele,eu digo,fique aí,quer acabar comigo?
(…) Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
Eu digo: sei que você está aí,então não fique triste.
Depois, o coloco de volta em seu lugar,mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra completamente
e nós dormimos juntos
assim como nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar,
mas eu não choro,
e você ?

sábado, 22 de março de 2014

Really or dream?

Oh where are you now, pussy willow that smiled on this leaf?

 Hoje acordei aturdida no meio da madrugada, havia vivido a melhor experiência da minha vida.
Hoje acordei sem saber se a melhor experiência da minha vida era realidade ou sonho.
Hoje eu tomei café uma hora mais cedo, não que eu não tenha tomado mais uma xícara no meu horário habitual mais tarde.
 Acordei com sono. Não conseguia dormir pois não parava de pensar na insanidade que havia vivido momentos atrás e que eu havia amado.
Me recordo de algo parecido com uma estrada de tijolos amarelos desgastados que parecia sem fim, mas não havia problemas pois eu nunca me cansava de caminhar. Cheguei até uma cabana. Não sei nem se aquilo poderia ser chamado de cabana pois estava aos pedaços, era de madeira e muito pequena de um cômodo ou dois no máximo. Fiquei com uma curiosidade infinita em saber o que havia lá dentro, mesmo tendo ciência de que no fundo, nada demais teria ali e eu teria que caminhar mais um bom tempo por aquela estrada de tijolos e ver onde ia parar.
 Bom, me aproximei e averiguei para tentar ter alguma certeza que aquele teto não cairia na minha cabeça. Subi um degrau que tinha para entrar na casa, empurrei devagarinho a porta. Hesitei. Olhei para trás e na hora não reparei que os tijolos haviam sumido (hora pois, me lembrei agora em um momento de lapso).
Empurrei a porta com uma força extremamente grande e me vi caindo em um buraco negro que não tinha fim. Surgiram estrelas e diamantes e desenhos indecifráveis enquanto eu caía e caía e caía...

When i was alone you promised the stone from your heart. My head kissed the ground, i was half the way down, treading the sand.

 Eu vi. Eu vi os olhos de alguém, era um olhar pertubador. Um pertubador que você precisa que te perturbe a vida inteira. Eu não conseguia parar de olhar os olhos mais negros que eu já tinha visto em toda minha vida (vida? o que era? aquilo era realidade?) mas por um momento eu prestei realmente atenção e parecia ter entrado dentro daqueles olhos. Vi um colorido, um colorido que cega. Aquilo não eram imagens, nem desenhos, eu não sei o que eram... Rabiscos coloridos e estampados que iam e viam e se mexiam. Fiquei aturdidamente entorpecida. Tentava acompanhá-los mas iam embora e voltavam com outra cor cada vez mais diferentes e no meio disso eu vi ondas. Ondas negras. Negras quase como o olhar. As ondas se transformavam em cachos que me entrelaçavam, brincavam e foram se transformando em cabelo. Cabelo? Isso, fios de cabelo. Cabelos de uma pessoa de olhos penetrantes. Onde eu havia visto coisa parecida? Acho que no começo dessa viagem, eu vi alguém com esses olhos. Olhos de um homem muito bem desenhado. Sim, ele parecia muito com um desenho, tinha características perfeitas e inacreditáveis. Esse homem se aproximava. Me sentia mais confortável, mesmo sem muita consciência. Me sentia confortável no meio daquilo tudo? Acho que nem percebi quando os coloridos desapareceram e viraram uma paisagem branca e tranquila.
 Senti uma mão grossa, com toque doce a me puxar, ouvi um som. Acho que era Polonesa, Op 53 de Chopin, oh meu Deus, como poderia duvidar? Essa música... Dançamos por horas quem sabe, mas no final pareciam curtos minutos.
 As mãos dele me tocavam a cintura e as minhas, a nuca dele. Sentia seus cabelos macios e cacheados em meus dedos. Não paramos de nos olhar nem por um milésimo de segundo e por um pequeno e miserável instante, resolvi fechar os olhos. Quando abri, ele estava sumindo, cada vez menos eu podia senti-lo e estava partindo.

Fim da primeira parte.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Grammy Awards 2014 - Os Beatles reunidos outra vez.

  No dia 26 desse mês, aconteceu a 56º premiação do Grammy. Compareceram os maiores artistas de todos os gêneros musicais. Entre eles Beyoncé, Bruno Mars, Ozzy Ousbourne, a banda 30 Seconds to Mars, Daft Punk, entre outros. Yoko Ono compareceu com seu filho Sean Lennon, representando pai e marido John Lennon. O mesmo de Olivia Harrison que compareceu para representar o falecido marido, George Harrison. Uma coisa que chamou a atenção do público e principalmente dos Beatlemaníacos (como eu) foi a apresentação de Paul McCartney e Ringo Starr. Rolou na mídia que os dois fariam uma apresentação juntos em comemoração aos 50 anos de beatlemania, depois de tantos anos sem se apresentarem juntos. Porém saiu mais uma notícia de que esse show não aconteceria e que tocariam uma música de sua escolha, separadamente. Ringo Starr se apresentou primeiro com a música "Photograph", subiu ao palco com os músicos de sua banda, All Starr Band. Quando chegou a vez de McCartney, ele cantou "Queenie Eye" música do seu mais novo disco New, e para a surpresa do público, Ringo estava junto de Paul no palco tocando bateria. Ao fim da apresentação, deram-se as mãos e agradeceram ao público. Posso relatar por sentimento próprio, que essa apresentação que reuniu os dois beatles restantes, ficou guardada no coração de todos os eternos fãs de Beatles.
  Sir Paul, ganhou 4 Grammys e dois deles antes mesmo da cerimônia começar. Ganhou o prêmio de "Melhor filme de música" com "Live Kisses" e "Melhor canção de rock" com "Cute me some black" esse prêmio recebeu junto de Dave Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear, ex-integrantes do Nirvana.
  Espero que tenham gostado e um mega beijo.



sábado, 25 de janeiro de 2014

Controvérsia.

Fim. Não enxergava nada, havia apenas a mais forte luz me cegando. Quando senti, um sentimento bom e desesperador já dominava meu corpo. Não conseguia sair daquilo, o que eu mais queria era correr pra algum lugar, até que me vi correndo pra um lugar desconhecido. Perdi totalmente o controle. Os problemas não saíam da minha cabeça, me rodeavam e rodeavam. Queria um gole de rum. Percebi que já estava em alta velocidade. Queria tentar fugir da rotina que me sufoca, de tudo que sufoca. Queria tomar um ar. Precisava sair deste lugar, arranjar um ambiente melhor, talvez. Senti todo amor e toda paz de espírito desse planeta irem embora. Queria um gole de rum. Isso tudo acabaria logo, tinha de acabar. Eu procurei alguém para, talvez me salvar e me levar à algum mundo diferente de tudo. Com isso, realmente entendi que não adiantaria procurar pois eu não iria achar. Onde foram parar as pessoas do mundo inteirinho? Eu costumava conhecer pessoas. Eu havia me transformado no meu próprio círculo de amigos e na minha própria família. Eu não me incomodo com isso pois não tenho sentido falta, até agora.  Era uma sensação estranha, eu notava isso. Eu acabei caindo na real idade, eu não tinha mais ninguém. Real idade, realidade. Quantos anos eu tinha? Eu havia ficado velha? As pessoas... o que elas sentem? E as pessoas? Eu estou no fim, mas me sinto mais jovem do que nunca. Eu estou bem. Hoje eu acordei maravilhosamente bem.